A sétima edição do Café com Letras aconteceu na noite do dia 27 de maio e colocou em destaque a Guerra da Tríplice Aliança, mais conhecida como Guerra do Paraguai. O convidado, Professor Edilson Brito, é doutorando em História pela UNICAMP e proporcionou um novo aprofundado para os acontecimentos da guerra.

Brito iniciou traçando um panorama do que foi o conflito, suas causas e efeitos, tanto no Paraguai quanto no Império brasileiro. Logo em seguida, apresentou a realidade da Província do Paraná antes da guerra. O historiador apresentou relatos de viajantes e dados sobre a organização de nosso Estado naquela época.

Em sua palestra Edilson fez um recorte temporal que iniciou em 1865 e terminou em 1870 e a novidade estava em que, ao contrário de muitos historiadores que dedicaram os estudos na história militar positivista, o convidado da noite mostrou o universo de pessoas comuns, expondo como o maior conflito armado sul-americano atingiu indígenas, homens pobres livres e libertos recrutados.

Edilson Brito ressaltou a perspectiva social durante a guerra, revelando que no Império brasileiro no início do confronto existiu um apoio popular, um sentimento de patriotismo, onde a população oferecia bens e valores monetários para ajudar os voluntários da pátria, porém com a prolongação da Guerra a nação passou a resistir, pois o Império, com a necessidade de engrossar as fileiras do exército, adotou o recrutamento forçado, bem como recrutou guardas nacionais e escravos.

Os associados presentes no evento puderam realizar um grande intercâmbio cultural, principalmente quando um dos participantes, o senhor Rodolfo Mongélos, paraguaio de nascimento, mas residente no Brasil há mais de 50 anos, também teceu considerações acerca da Guerra. Em um relato emocionante, falou sobre o período da ditadura em nosso país. Mongélos, exilado político no Brasil, dividiu com os presentes um fato vivenciado no ano de 1974 quando agentes da repressão queriam saber sobre operações no Paraguai e o raptaram. Após uma viagem de trinta horas para um local clandestino em Goiás, foi mantido em condições degradantes, além de ser submetido a torturas físicas e psicológicas, como simulação de fuzilamento.

Ainda durante o evento, os associados Rui Cavalin Pinto, Luiz Eduardo Canto Azevedo Bueno e Régis Rogério Vicenti Sartori fizeram parte do círculo de conversa com o palestrante e após o término da apresentação abriram espaço para perguntas. Neste momento, os associados e convidados, puderam tirar dúvidas e contribuir com o tema.

O próximo Café com Letras acontecerá no dia 16 de junho, com Euclides Scalco, que trará o tema “Política Contemporânea no Brasil: da campanha das eleições diretas de 84 a uma perspectiva de Reforma Política”.

Todos estão convidados a participar.

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