Deputado Constituinte Euclides Scalco na APMP
Na última semana, em 16 de junho, a Diretoria Cultural da APMP e o Grupo de Estudos de Curitiba, Aristeu Santos Ribas, realizaram o Café com Letras com o Deputado Constituinte Euclides Scalco. O encontro levou os associados a percorrerem um longo trajeto na história política brasileira. Os participantes e o convidado da noite, Euclides Scalco, reviveram a caminhada de redemocratização de nosso país.
O evento teve início com o tradicional café de confraternização e logo em seguida o coordenador do Grupo de Estudos, Régis Rogério Vicente Sartori, deu início afirmando sentir-se honrado em conhecer e ter presente uma pessoa que fez a diferença na política paranaense e brasileira.
A apresentação do convidado ficou sob a responsabilidade do 2º vice-presidente da APMP, Luiz Celso de Medeiros. Em um discurso emocionante, Medeiros traçou uma linha histórica da carreira de Scalco e ressaltou o período de 83 a 88, quando Scalco era Deputado Constituinte. O vice-presidente da APMP lembrou-se de como a atuação do palestrante foi essencial para a promulgação da Constituição de 88, afirmando ser ele realmente algodão entre cristais, por equilibrar posições antagônicas, além de ser um bravo defensor do Ministério Público, já que sempre manteve abertas as portas de seu gabinete para os membros do Ministério Público.
Já no fim de sua fala, Luiz Celso de Medeiros convidou o neto do deputado, Pedro Scalco, hoje Promotor de Justiça, para entregar a Euclides uma placa de homenagem da APMP. Assim, de uma maneira singela, o Ministério Público do Paraná pode, depois de décadas, enfim demonstrar sua gratidão pela atuação do deputado em prol do MP.
Euclides começou sua palestra contando episódios vividos no interior do Paraná com o associado Antero da Silveira e, nesta capital, com os associados Jerônimo de Albuquerque Maranhão e Luiz Celso de Medeiros, respectivamente Diretor Geral e Subchefe de Assuntos Técnicos da Casa Civil. Logo em seguida entrou no tema da política e iniciou na data de 13 de março de 1964, ainda no governo Jango. Dividiu com os presentes temas como o Golpe Militar, o exílio de João Goulart e a instituição dos partidos Arena e MDB, com o A.I. 2. Com a instituição desses partidos, Scalco partilhou sobre a composição do governo nas eleições de 70, 74 e 78. Afirmou que de passos em passos o Brasil caminhou rumo a redemocratização.
Comentou sobre a derrota da emenda Dante de Oliveira e dos grandes comícios de 1984, os quais mobilizaram milhares de cidadãos em todo o país. Destacou o de Curitiba, ocorrido em 12 de janeiro de 1984, que reuniu cerca de 50 mil pessoas e somente a Folha de São Paulo cobriu e noticiou o evento.
Scalco continuou em seus relatos e seguiu para o ano de 85, quando em 15 de janeiro daquele ano, ocorreu a última eleição indireta, sendo eleito Tancredo Neves, noticiando informações de bastidores. Logo em seguida, comentou sobre a missa de posse, internação e morte de Tancredo. Euclides então expôs o cenário no qual José Sarney teve que assumir a presidência do Brasil e partilhou sobre a convocação da Assembleia Nacional Constituinte, culminando na promulgação da Carta Magna de 88, onde restou concretizada a tão sonhada construção da democracia social.
Os participantes ao final do encontro puderam debater com o convidado, Euclides Scalco, sobre a reforma política, corrupção no Brasil e a atual representação parlamentar. Ainda os presentes puderam tirar dúvidas de ocasiões do passado e esclarecer fatos históricos presenciados pelo deputado.
Por fim, Scalco afirmou que suas campanhas eleitorais eram de baixo custo e que não possuíam nenhum financiamento, podendo ser pagas com seu próprio subsídio e desta forma proporcionando eleições limpas, retirando-se, a final, da vida política por considerar não ter "cacife" financeiro para continuar concorrendo em pleitos em que se mostrava decisivo o poder economico.
O Grupo de Estudos de Curitiba, na pessoa de seu coordenador, Régis Vicente Sartori, entregou na ocasião o certificado de 1º lugar na categoria Interesses Difusos e Coletivos à associada HIRMINIA DORIGAN DE MATOS DINIZ, pela participação no Concurso de Melhor Arrazoado Forense de 2015. O concurso premiava os trabalhos dos associados de natureza cível, coletivos/difusos ou criminal que tenham efetivamente apresentado nos autos em que tenham oficiado, em qualquer fase do processo ou procedimento extrajudicial, entre 01 de janeiro de 2014 e 31 de dezembro de 2014.
Veja aqui as fotos do encontro.